terça-feira, 22 de agosto de 2017

Possibilidade da impossibilidade

Na mente flutuam os versos que se esvaem pequenos e se formam em uma mesa de bar. Com o pensamento célere,
em uma cerveja ou outra o rótulo vazio contrasta com o seu olhar. Contrastando com a possibilidade de um futuro,
possível, imprescindível do eu resoluto. Me imagino antes, pretérito, mar de calmaria que hoje ruge em tempestade.
A tempestuosidade inerte, mente de um conto grosso irresoluto do meu eu. Penso em teu toque sutil na pele, toque que nunca haverá. Penso no beijo, penso e logo me perco na possibilidade. Possível, impossível, já nem sei. O e se que se findou antes mesmo de existir, o se que caiu antes de dar um passo. Perdeu, se perdeu-se.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Meu (eu)

Há 23 anos sou minha. Há 23 anos estou comigo.
Pudera ter alguma conexão, alguma obsessão com o filme Número 23.
2+3=5, cinco possibilidades infinitas que habitam nas incertezas da vida.
A certeza de uma inconstância, de algumas aprendizagens e virtudes alcançadas no caminho.
Tropeçando nos mesmos erros, voltando a ser criança boba deitada no chão.
Voltando a ser menina que olha pro fundo da piscina e imagina sua imensidão ali.
Me sentindo tão pequena e tão vulnerável.
Ouço de canto a voz da minha mãe: "Tem que ser madura, tem que crescer."
Como crescer? Como se desenvolver a partir dos mesmos erros?
Como escolher o que sentir? Como permitir partir?
É, há 23 anos estou comigo, mas preciso aprender a ser minha.

Nas entrelinhas

Escrevendo um verso que você nunca irá ler.

Chá frio

Aprendendo a ser minha
no meio do vão do teu silêncio
Para que entrar,
se logo te vejo partir?
Para que permanecer na esperança da reciprocidade,
quando reciprocidade nunca haverá?
Cada rua, cada calçada vejo a possibilidade
o (tal)vez que nunca chegou
O que veio e não se concretizou
A promessa avessa dessa sua loucura
As mãos dadas na rua e os beijos perdidos
Espero ansiosamente a minha cura
que crua curará a temperatura
desse chá bom que esfriou.


segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Infinitivo do infinito querer

Adentrar nos teus poros
Mergulhar no castanho dos teus olhos
Respirar teu perfume e me transformar em um
Transbordar na tua boca
Cair nas margens desses oceano do sentir
Olhar qual criança assustada na borda da piscina
que em um ímpeto de coragem se joga para ali
Sentir teu sentidos
Ficar livre dentro da liberdade do teu querer
Desvendar você por inteiro




Adoro adorar-te

Adoro a possibilidade de nós dois
Adoro lembrar do seu toque receoso, do seu sorriso
Adoro quando nosso olhares se cruzam,
traduzindo em uma fração de segundos o que teme ser dito em palavras
Adoro quando a semana passa só para eu te ver
Adoro quando meu coração palpita tolo a qualquer sinal de você
Adoro tua pele, teu cheiro e quando suas mãos encontram as minhas
Adoro, adoro, adoro o adorno
Adoro adorar-te
Adoro devorar-te
Adoro devotar-te
Adoro tudo em você.







segunda-feira, 31 de julho de 2017

Tua pele, nossa

Busco teu olhar
que num segundo transmite mais que mil palavras
Meus dedos procuram os teus
o toque da minha pele sedenta busca a tua
Pele na pele
Conexão pura do sentido
A vontade latente de virar um
Nas esquinas a te procurar,
no silêncio a respirar
e a questionar
qual o sentido da vida se eu não mais te tocar?