domingo, 16 de setembro de 2012

" ... in my arms she was always, Lolita"

Observei onde estávamos há poucas horas... Recordei-me de teus braços a aninhar-me, de teus lábios a explorar os meus e de minha face buscando refúgio em teu peito. Fui invadida por uma leve melancolia saudosa, por um leve anseio abrupto de buscar-te em qualquer local, roubar-te para nunca mais necessitar ver-te partir para longe de meu olhar. Felicidade sentida nos momentos onde o tempo corre a passos rápidos, nas breves horas que compartilhamos juntos. Não há mais volta, estou presa em tua teia, estou viciada em teu afeto e necessito-te sempre ao meu lado. O mundo parece completo, sinto-me plena, estou tão extasiada que qualquer sopro de vida em mim poderia findar-se e meu coração poderia parar de pulsar em paz. Sinto-me feita para ti em uma medida tão perfeita que neste exato momento posso jurar que o que possuímos é eterno. Prossiga por desbravar os meus mares, conduzindo-me sempre a um céu de prazeres e seguirei olhando-te com a inocente malícia de quem descobre um mundo novo.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Mudanças

Notei a vizinhança,
passa carro,
passa avião,
muda a casa
muda o vizinho
mas eu mesma não.
Talvez mude,
mas mudança tão sútil,
imperceptível.
Notei o meio,
tudo meio mudando
e eu mudando no meio de tudo
meio a meio
meio triste
meio alegre
meias divisões.
Passando pelo boeiro,
brita, prédio,janela
mas por ti não.
Muda estação,
caem as folhas
nascem mudas e
permaneço muda,
inerte em meu próprio silêncio.
Muda tanto o mundo,
mudanças são necessárias,
até que ponto mudo eu?

Devoção

Agarrada aos braços teus fiz minha morada e uma pequena prece para jamais sair dali. Estou entrando em um caminho sem volta, porém não tenho forças para sair. Minhas pernas conduzem-me a ti e ao abismo que é o teu olhar de puro mistério. Não há explicações para a pura devoção e amor crescentes em mim. Temo por sofrer, temo por cair como tantas vezes já cai. Quero-te sempre perto de mim, pois de todas as alegrias de minha vida és a maior. Um sol irradiando meu peito, um acalento para minha alma. Me fazes creer no que antes já não creía, me fazes ser novamente uma crédula no amor. Inexplicavelmente tenho certeza ao dizer que fomos feito sob medida um para o outro. Encontro paz quando em meus braços ecoa o teu silêncio, ao passo que encontro a eterna agônia da saudade quando estás distante. Já não respondo mais pelos meus atos, sou devota de teu querer, sou devota de tuas mãos a explorar meu corpo, sou devota de teu olhar de paraíso e de tua eterna satisfação.

domingo, 2 de setembro de 2012

Entre lençóis

Na tua ausência sinto-me incompleta, falta um pedaço do peito, parte de minha voz. Faltam teus olhos, braços e pernas em minha cama ao meu despertar pela manhã. Falta o riso solto de qualquer comentário, falta o cigarro, o cheiro e o pelo. A sensação é de plenitude encontrada na conexão de dois corpos. O ar esvai-se longe de ti e minhas pernas teimam em seguir na tua direção. Preciso novamente de ti em minha sacada, junto da decoração, sentado no chão. Meu peito está pleno, saltando de alegria pois paixão mútua não se explica, apenas sente-se... E sinto com cada espaço vazio do meu ser pronto para ser preenchido. Estou pronta para agarrar-te, arranhar-te, lamber-te e ronronar em teu colo qual gato faceiro. Desejo meio felino, animal, brutal e selvagem. Vou agarrar-te pelas pernas, derrubar-te em minha cama para nunca mais saíres.