quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Paciência

Eu lá
Tu cá
Café a esfriar
Distância
Silêncio desconfortável
Do toque que eu esperei
das palavras que jamais direi

No beco da ausência
me entendes?
Ou finges qualquer afeto?
Meus olhos já estão cegos
vêem em tudo uma desculpa
Desculpa para o mútuo
Desculpa para o insensato

És profundo
mistério para um desvendar
Nestes olhos tristes
mil enigmas
De ti tenho apenas isto
a longa e tortuosa espera.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Corredor de ilusões



Me cubro de uma máscara, máscara de contentamento e do hoje eu me basto. Já não me basto. Gostaria de fazer meus lábios se perderem no infinitos dos lábios teus. Transformar teu corpo em meu abrigo e te fazer donos dos meus pensamentos mais íntimos.

Máscara da libertinagem, do carnal, do irônico, do ódio por todo sentimento correspondido.

Todo ser humano por mais que negue, se esconda em mil frases veladas, quer amar e ser amado. Nesta ausência de reciprocidade continuo seguindo pelo corredor das ilusões, onde muitos passam e poucos ficam.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Espírito livre


As mãos se cruzaram em mil sinfonias. Singelo, poético, acabados e decadentes. Assim somos eu e você. Meu amor jamais poderia ser assim perfeito, se cá estou eu, tão imperfeita, desajustada. Difícil de me conduzir em qualquer orquestra, que orquestra que nada, na sinfonia que é a vida. Já diria o poeta que a vida é bonita, é bonita e é bonita.

Tão bonita quanto o azul do horizonte a se fundir com o do mar. Que infinito que nós somos, nos criamos e nos mantemos. Na natureza as mil cores continuaram mantendo a ordem na desordem. Quantas luzes, quantas cores.

No ritmo da batida foi-se a tristeza e o sopro de vida. Me perdi na curva e no pensamento que já não acompanha o corpo. Perdido e insensato é o meu coração, perdido na batida e nossa própria sinfonia.

O ontem e o hoje.


Vi meu rosto no espelho e já não me reconheci. Ao contrário de antes, estava feliz, leve. Esses olhos que tanto choraram, tanto desabrocharam em pesar, estes mesmos olhos hoje sorriem.

Solidão que nada, isto é para quem tem mente, alma e coração fracos. Da tristeza nós só levamos a lembrança do ontem, e que hoje é melhor e o tenho dito. Pois já me tiveram com os dois joelhos no chão, implorando por qualquer migalha.

Esses olhos choraram mil lágrimas para se transformar em algum rio que me levasse até você. Elas me levaram para um lugar melhor. Te deixei em alguma avenida chamada saudade. Bom dia estranho.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Meu e teu, nosso


As lágrimas quiseram cair e caíram, lentamente. Fazia algum tempo desde que elas não molhavam e teimavam em percorrer minha face.

As vezes não temos para onde fugir, não temos a quem decorrer. O preço que paga-se é a solidão. Solidão por tantos rostos que já neguei, solidão pelos rostos que já me negaram também. Esperamos o dia que seja mútuo e que o não se torne um sim. Espero que o que seja só meu hoje, possa vir a ser nosso.

Teimo em tentar não sentir nada, mas a pura e crua realidade é que ninguém está imune a droga do amor. A tua indiferença é o que mais dói, porque um não é certo e o silêncio pode significar infinitas possibilidades. Sinto pelo que posso chamar de "meu" e não "nosso".

sábado, 14 de janeiro de 2012

Clichês e mais clichês

Não pense nem por um segundo que me tens na palma de tua mão. Já aprendi em meu pouco tempo de vida que por mais avassalador que seja o sentimento, jamais podemos deixar nossas vidas na mão de outro alguém. As consequências sempre são desastrosas.

Minha maior luta é contra o desapego, desapego de ti, do agora e do querer que o tempo passe mais rápido que o usual. Crio expectativas no vazio e isto nunca resulta em algo fértil.

Como poder controlar os sentimentos? Apesar da pobreza, fome e todos os males do mundo, sempre queremos alguém que acalente nosso coração e nos esquente nas noite em que o frio já se faz insuportável.

Tão clichê é o amor e mais clichê é tentar esquecer a existência do vulgo passional.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Cotidiano


Seguindo a programação normal de mais uma noite solitária, mais um texto melancólico desta alma que aqui se encontra. Talvez cansada por demais das incertezas da vida, de esperar aquilo que tranquilamente posso afirmar que não merece espera nenhuma.

Mesmo assim meu coração ainda espera qualquer sentimento e acende a qualquer momento, por qualquer faísca que ele solta. Um tanto deplorável este sentimento passional que já me enlouquece.

Continuarei nos meus prazeres carnais e no vazio de qualquer afetividade, porque no final das contas, finais felizes estão fora de moda, assim como a minha melancolia.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Contraditória

São tantas as incertezas. É incerto o que há de vir, é incerto o que se há de sentir. Nos vai-vens da vida já me perco nesta saída. Há quem dirá que um dia virá, virá o certo, o imutável. Estou na busca incansável, cavando a terra de dia mais prósperos. Sintomas da leve nostalgia. Nostalgia pelo velho e já alegria pelo novo. Quão contraditório é esse sentimento? Sentimentos são contraditórios.

Buscamos saídas, buscamos problemas. Já largo disso. Felicidade há de vir por nós mesmos e por mais ninguém. Isto não seria felicidade, seria se apoiar em ombros alheios e em meias palavras, meia pessoas e meias emoções. O incompleto não me satisfaz. Sempre busquei o que me tornasse inteira, completa, cheia de vida.

Se estou feliz? Sim. Se estou completa? Não. Não soa isso um tanto contraditório? Outro segredo então, sou contraditória e no meio de tanta contradição acho minhas verdades e porque não dizer que acho minhas certezas.

Silêncio.

Os silêncios
que danos eles me fazem
Destroem
Destroem todo o pensamento
E os mil castelos que ergui
em mundo de sonhos,
fantasia
Fantasia do teu toque
de tua reciprocidade

A chama logo vira fumaça
A brasa vira pó
Tudo que o fogo do desejo consome,
consumiu

E teu maldito silêncio
que absolutamente nada me diz
nem nas entrelinhas
Já nem sei mais se me aninhas

Desta forma
toda a avessas
Me perco
Me perco no vazio de tua ausência
e no silêncio...
Silêncio daquilo que jamais foi ou será dito

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Desejo


Amanhã, quão distante esta palavra soa do agora. E do agora que me satisfaço, do agora e de você.

Meus sentimentos já transbordam de minha alma. Anseio teu toque, a leve carícias de tuas mãos explorando o meu pudor e se lançando em minhas curvas. Navegue em águas desconhecidas, pois nelas que habitam o desejo. Faça da minha boca o teu mais desejado recanto.

Desejo pelo teu contato, pela tua malícia e até pelo teu ódio. Te desejo profundamente e intensamente. Tanto que o ar se desvai dos meus pulmões. Tira meu fôlego e enfia estaca de querer em meu peito.