sábado, 29 de dezembro de 2012

Nota para a saudade

Ao abrir as páginas deste livro que usualmente servem de fuga, encontro uma nota.
Nota contendo tua letra e teu perfume. Desesperadamente a coloco próxima de meu nariz, esperançosa de que ao sentir tua fragância, tal essência se transmutaria em ti, carne e osso, pelo, pele, cabelos. Assim poderia sentir este cheiro em tua pele. Pele suada, pele marcada, pele que eu tanto busco e me agarro. Pele que neste mesmo quarto escuro, beco da vida, me acho. Me acho porque te encontro e ao te encontrar me desbravo, me perdendo novamente em teus lábios. Da dor que pode ser o amor, me converto em devota de meu único objeto de paixão e lascívia. Dono de meus suspiros, de meus lamentos e de minha eterna saudade. Morro aos poucos, escrava da gana por teu afeto e principalmente, gana por tua presença.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Faces

Mil faces do meu eu. O eu devotado, o eu adorável, o eu deplorável, o eu cruxificado, o eu puta. Atos do passado gerados em um grito da liberdade libertina convertida em elixir venenoso, corroendo a corrente sanguínia. Mudanças são tão lentas, mudanças as vezes não são nada. O passado ecoa, corrói e corroendo, me vejo correndo de mim. Não compreendo, fujo para algum beco escuro, mas é impossível fugir de si própria. Tenho várias faces, mas ainda sou eu. Meu eus sabem, meus eus compreendem. Dos desejos, da confusão mental, tudo é fruto, tudo são consequências do inconsequente. Como fugir de si mesma?

Sombra

Repetiu a melodia, repetiu a música, repetiu a história. Revivi o passado, não tão passado, reacendendo como chama que parecia já haver se extinto. Não consigo entender em qual curva do destino me perdi. Por querer tanto o certo talvez fiz o errado. Errado em que direção? Talvez tudo seja uma questão de perspectiva. Nada é simples, pessoas são complicadas e as escolhas talvez mais ainda. Liberdade se confundiu, se perdeu. O certo se fundiu com o errado. Em uma cama fui deixada. Mentira? O que é mentir? Compreender o que pode soar como incompreensível. Mera falta de comunicação, talvez. Nem tudo é claro como água, assim como em um mundo perfeito eu entenderia tudo nas entrelinhas. Para um casal que vive de passado, não pode haver futuro.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Completo

Ausência maldita que lateja no peito nessa eterna demora dos ponteiros do relógio, teimando na lentidão para me deixar longe de tua presença. Construí um lar em teus braços, achei conforto em teu sorriso e longe deles meu mundo é incompleto. Voltei a acreditar em algo chamado amor. Te amo até nos erros, te amo em qualquer detalhe imperfeito, pois a tua imperfeição se torna perfeita na imensidão que é o teu olhar. Sou tua de alma, de corpo. Essa roda da vida, esse ciclo que nunca para, moinho gigante do viver, girou, girou me trazendo novamente junto a ti, meu amante atemporal. Atravessando o tempo, rompemos barreiras que não são nada para o recíproco verdadeiro. Longe de ti meu peito dói, me sinto tão incompleta e pequena. Quando estás longe de meu olhar, tudo se converte em um grande nada, em um vazio completo, pois ao teu lado, meu coração encontra a razão do viver.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Acontece

Não posso acelerar os ponteiros do relógio para que te aproximar mais rápido de mim. Da natureza nada posso mudar, é certeira e equilibrada em todos seus aspectos. Dos amantes cabe apenas estarem eternamente sujeitos a esta maldita questão temporal. De esperar o tempo me desfaço e refaço. Aguardando pacientemente pelos momentos que serão tão breves como leve sopro de brisa no verão que mesmo breve, alivia. O amor pode ser tão incerto, pois sentimentos são por vezes confusos e solitários. No pensamento me perco, nas tuas palavras me acho. Por mais que tenha caído tantas vezes, desamparada em promessas vazias de um para sempre, inevitavelmente volto a amar. E é tudo cheio de amor, amor, amor, até no ódio, amor, até na insegurança, amor. Não há volta nem reza quando o amor acontece. O único a fazer é estar sujeita e ser devota a este sentimento que ao menos tempo que acalenta, transtorna.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Nosso

Em minha mente
amor
No céu na tua boca
amor
Na beiradas de teu corpo
amor
No teu olhar
amor
No calor de teus braços
amor
Até no ódio
amor
Sou toda amor
Somos amor
Somos dois
Somos um.








sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Teu julgamento pesou, machucou fundo no peito. Dei sempre o melhor e apenas o melhor para ti. Não sou inocente, possuo noção de meus atos, porém quebrei e cai de joelhos como uma menina. Não sou tão forte, não posso ser tão forte. Pior peso são o das palavras de quem amamos, pior julgamento é este. Sou jovem e talvez meu erro seja este, pois tenho sede de viver. Te amo profundamente, prossigo amando por mais que as palavras ecoem em minha mente causando danos. Não posso ser apenas julgada por meus atos falhos, não há justiça nisso. Não mereci julgamento tão duro, pois no que condiz a ti fui sempre a melhor. O amor é o maior e mais poderoso sentimento do universo, capaz de mudar e sarar os piores males. Me compreenda, me conheça como sou. Nunca fui perfeita, mas sempre tentei fazer o teu mundo perfeito ao meu lado. Nunca te julguei por mais que encontre vários atos falhos em teu passado com os quais eu não concorde. Compreenda a minha dor e compreenda o peso de tuas palavras. Revelei meus maiores segredos velados em meu coração a sete chaves, meus traumas, medos e frustações. Confie em mim, não há motivo para tanta desconfiança, em nenhum momento deixei de ser sincera. Te compreendi tantas vezes, nunca te julguei. Não me orgulho de tudo que fiz, porém foi por cometer erros que sou quem sou. Prosseguirei de cabeça erguida, pois sou digna, sou digna principalmente de ser amada.

Quem sou?

Chorei no chão do banheiro, batendo a cabeça contra a parede e bailando toda a desilusão. Envergonhada, pequena e tão longe de mim. Se despedaçou lentamente meu coração, partindo de meu peito em forma de lágrimas irresolutas. Lágrimas de culpa por de um passado não tão remoto que não pretendo esquecer, apenas entender-lo para me entender. Vi o paraíso desmoronar diante de meus olhos e do céu para o inferno foram apenas alguns segundos. Desejei com todas as minhas forças que ao leve piscar de olhos acordaria em alguma realidade alternativa. Palavras afiadas como punhal, golpearam meu peito, entraram e sairam, me matando lentamente. De te querer tanto me acabo, me desmancho e não me acho. Me perdi em teus beijos, me perdi e ainda não me encontrei.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Um

Continuo a me perder, continuo a me buscar. Me perco no meu sentir, no meu vício e na minha eterna gana de tua pele colada na minha como se fossem únicas. Pele junto aos pelos, cabelos, formando uma fragrância de cheiros singulares, nossos. Nossos apenas e de mais ninguém. Nossos sabores e cores destilados em um aroma particular. Cada um com suas singelas particularidades, perseguindo incansavelmente um ao outro. Criando uma sinfonia, uma partitura com o corpo e mãos, pouco a pouco seguindo um ritmo uníssono. Correntes elétricas transmitidas por lábios, arrepiando até a alma e explodindo em desejo. Desejo tomando conta de minhas extremidades, convulsionando, brotando tão instintivamente pelo resto de meu corpo. Te entrego minha cintura para que te unas a mim, convertendo até o gelo em fogo.

Uma noite



Minha mente e vista estavam turvas, talvez pelo turbilhão de sentimentos a correr pelo meu peito ou talvez pelo álcool misturado a volúpia. Deitei no colchão onde nos buscávamos cada vez mais, sedentos por se unir novamente e tentar extrair um pouco dos mistérios que habitam dentro de cada um de nós. Busquei teus braços por mais uma vez, me perdi em pelos, em olhares, na tua língua e orei para nunca mais achar o caminho de volta. Fiz uma pequena prece para sempre permanecer ali. Jurei que faria o bem e seria apenas o bem para ti. Expressei em palavras, palavras tão verdadeiras no pensamento e no coração que brotaram de meus lábios clara e seguramente: te amo.

domingo, 16 de setembro de 2012

" ... in my arms she was always, Lolita"

Observei onde estávamos há poucas horas... Recordei-me de teus braços a aninhar-me, de teus lábios a explorar os meus e de minha face buscando refúgio em teu peito. Fui invadida por uma leve melancolia saudosa, por um leve anseio abrupto de buscar-te em qualquer local, roubar-te para nunca mais necessitar ver-te partir para longe de meu olhar. Felicidade sentida nos momentos onde o tempo corre a passos rápidos, nas breves horas que compartilhamos juntos. Não há mais volta, estou presa em tua teia, estou viciada em teu afeto e necessito-te sempre ao meu lado. O mundo parece completo, sinto-me plena, estou tão extasiada que qualquer sopro de vida em mim poderia findar-se e meu coração poderia parar de pulsar em paz. Sinto-me feita para ti em uma medida tão perfeita que neste exato momento posso jurar que o que possuímos é eterno. Prossiga por desbravar os meus mares, conduzindo-me sempre a um céu de prazeres e seguirei olhando-te com a inocente malícia de quem descobre um mundo novo.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Mudanças

Notei a vizinhança,
passa carro,
passa avião,
muda a casa
muda o vizinho
mas eu mesma não.
Talvez mude,
mas mudança tão sútil,
imperceptível.
Notei o meio,
tudo meio mudando
e eu mudando no meio de tudo
meio a meio
meio triste
meio alegre
meias divisões.
Passando pelo boeiro,
brita, prédio,janela
mas por ti não.
Muda estação,
caem as folhas
nascem mudas e
permaneço muda,
inerte em meu próprio silêncio.
Muda tanto o mundo,
mudanças são necessárias,
até que ponto mudo eu?

Devoção

Agarrada aos braços teus fiz minha morada e uma pequena prece para jamais sair dali. Estou entrando em um caminho sem volta, porém não tenho forças para sair. Minhas pernas conduzem-me a ti e ao abismo que é o teu olhar de puro mistério. Não há explicações para a pura devoção e amor crescentes em mim. Temo por sofrer, temo por cair como tantas vezes já cai. Quero-te sempre perto de mim, pois de todas as alegrias de minha vida és a maior. Um sol irradiando meu peito, um acalento para minha alma. Me fazes creer no que antes já não creía, me fazes ser novamente uma crédula no amor. Inexplicavelmente tenho certeza ao dizer que fomos feito sob medida um para o outro. Encontro paz quando em meus braços ecoa o teu silêncio, ao passo que encontro a eterna agônia da saudade quando estás distante. Já não respondo mais pelos meus atos, sou devota de teu querer, sou devota de tuas mãos a explorar meu corpo, sou devota de teu olhar de paraíso e de tua eterna satisfação.

domingo, 2 de setembro de 2012

Entre lençóis

Na tua ausência sinto-me incompleta, falta um pedaço do peito, parte de minha voz. Faltam teus olhos, braços e pernas em minha cama ao meu despertar pela manhã. Falta o riso solto de qualquer comentário, falta o cigarro, o cheiro e o pelo. A sensação é de plenitude encontrada na conexão de dois corpos. O ar esvai-se longe de ti e minhas pernas teimam em seguir na tua direção. Preciso novamente de ti em minha sacada, junto da decoração, sentado no chão. Meu peito está pleno, saltando de alegria pois paixão mútua não se explica, apenas sente-se... E sinto com cada espaço vazio do meu ser pronto para ser preenchido. Estou pronta para agarrar-te, arranhar-te, lamber-te e ronronar em teu colo qual gato faceiro. Desejo meio felino, animal, brutal e selvagem. Vou agarrar-te pelas pernas, derrubar-te em minha cama para nunca mais saíres.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Meu peito está apertado, sinto um nó na garganta. Vontade de correr, correr e continuar correndo para uma direção desconhecida. Preciso de ti ao meu lado, dos teus braços e de tua voz a dizer: está tudo bem. Está? A tua ausência é sofrida, tua falta causa dano até na alma. Preciso encontrar-me, sigo buscando, explorando dentro de mim. Estou confusa, nada é claro ao tratar de sentimentos, porém sei que te quero ao meu lado pelo tempo que durar. Temo por perder-te, temo por não ser tudo que precisas, temo por não poder suprir toda necessidade. Preciso ser mais do que sou? Afinal, quem sou eu? Parecem anos longe, parecem séculos distantes na mais pura solidão. Rogo, faço pequenas preces para ir ao teu encontro. Estou errada, longe, longe de mim. Quero-te muito, quero-te tanto e cada dia mais. Quero apenas te tocar, pois sei que no mais leve toque tudo estará bem. É como o paraíso, é como um lar. Posso compreender-te até no teu silêncio, mas nunca na tua ausência.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Plenitude

Pensamentos rodeando minha mente turva, dando um nó no cérebro. Certas coisas são feitas apenas para sentir e não para pensar. É o incerto e poderoso oceano com suas ondas batendo ao acaso, é o ponteiro dos relógios dos deuses andando por entre os corações dos mortais. Quem vai segurar-me quando eu estiver caindo em pedaços? Quando eu estiver desmoronando? São abismos para eu me lançar, porque amor além de sentir é questão de aventuar-se. Perdição, incertezas e esperanças. Desejo a flor da pele que floresce qual rosa em um deserto, sedenta por água sendo derramada por entre as suas petálas saciando a ânsia. Alimente meu desejo, alimente meus sonhos. Quero o imprevisto, o intenso. Quero beijos na chuva com cheiro de vinho barato, a fumaça do cigarro inebriando nossa mente e enchendo nossos corpos com volúpia, onde tarde da noite irão tornar-se um só. Quero também ser compreendida, ganhar cafuné e acordar com teu cheiro ao meu lado. Meias palavras e meias ações não enchem meu coração. Quero sentir a plenitude do vôo da águia que joga-se corajosa por entre as montanhas.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Dois


Quando dois não sentem, um sofre e amor tem que ser para dois, sempre somando nunca subtraindo. A porta do meu peito é aberta, grande e coberta de amor infinito, mas amor não retribuído fica tímido e logo começa a esconder-se. Enconde-se pois não sabe até onde pode ir, não sabe até que ponto pode entregar-se sem sofrer. Amor sofrido machuca, dói até na alma e deixa cicatrizes pulsantes, carne aberta que não sara. O mútuo me agrada, a ausência de atos me confunde. Gosto do certo, escrito em palavras claras, porém sentimentos nem sempre são claros, por vezes são nebulosos, tempestade de areia em meio de um deserto de emoções. O tempo é mestre e sempre demonstra o verdadeiro, peço então para que ele corra à passos largos decifrando os labintos que não posso percorrer. Estou confusa, necessito de fatos, fatos que provem o teu querer,
que retirem-me deste mar de incertezas.

domingo, 19 de agosto de 2012

Não apresso, deixo fluir, deixo criar o próprio ritmo. Esvaindo-se, perdendo-se em curvas, becos e abismos dentro de si. São tantas palavras ditas, mas palavras são apenas junções de sílabas e sem atos elas nada significam. O certo me agrada, o incerto me confunde. Não deixe o afeto morrer afogado em inseguranças, resgate meu amor antes dele trilhar um caminho obscuro. As folhas que voam livres nem sempre ao seu jardim de origem retornam, liberdade tem um preço. O que não é nutrido ou cuidado, acaba sempre por morrer.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Tenho saudade do teu cheiro, tua pele junto da minha. Tuas mão explorando minhas curvas, desbravando meus mares. Sou um infinito, um infino tão grande que me perco de mim. Nem sempre é fácil transmitir em palavras o turbilhão que passa por dentro, mesmo que dentro seja claro, tão claro como a água. Sentimentos são por vezes tão incertos, coberto por temores, o temer por magoar-se como tantas vezes já sucedeu. Nosso amor transcende qualquer padrão, transcende expectativas e aos poucos nos surpreende pois jamais pensamos que seriamos feitos tão sob medida um para o outro. Química pura, correntes elétricas passando do meu corpo para o teu, conectando-se ao pouco, ultrapassando o carnal, transcendendo apenas. Aconteceu, mero obra do acaso ou não. Agora estou aqui completamente embriagada nesta ansia sem fim de ver-te. Quero-te tanto que deixo-te livre, pois livre sempre que queiras poderás voltar para os meus braços e fazer a tua morada.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Dias de leoa

Estes lábios anseiam os teus, estas coxas anseiam as tuas, esta pele clama pela tua colada na minha. Necessito do toque de mãos quentes abaixo e de gemidos incrontolavéis que escapando pela minha boca ecoam invandindo todos os cantos, becos e frestas. Puxe pelos, cabelos, deixe-me ser escrava do teu querer. Lascívia, desejos libidinosos e insáciaveis, viciados na luxuria e no prazer de cada noite quente. Aguardando veemente pelo próximo encontro onde poderemos mais uma vez saciar o nosso vício frenético. Estou à flor da pele, transbordando devassidão. Aguardando tal qual leoa das savanas, puro animal, instintivo, selvagem, incontrolável e impulssivo. O que sucede não é poético, puro ou santificado, é pagão, carnal e endemonizado. Tenho sede pela tua saliva, tenho volupia pelo teu corpo, tenho uma dependência pela tua presença. Puxe-me pela cintura, sacie minhas fantasias veladas mais obscuras pois hoje serei toda tua.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Liberto amor

Inseguranças e questionamentos infundados simplesmente não me possuem. Apenas permito-me sentir e sinto. Sinto felicidade plena e o mais puro e destilado amor. Me levas à lugares desconhecidos e preciosos, vivos agora somente em minha mente. Confio em ti, confio tanto que deixo-te livre. Amor é liberdade, desapego e acima de tudo cumplicidade, não causando dano ou cicatrizes que teimam em não sarar. Amo-te, por isso liberto-te, pois as asas são feitas para voar e de maneira alguma para enclausurar. Sinto-te em meu pensamento, dentro de mim e para isto não há explicação. Em nosso mais íntimo espaço os infinitos particulares se fundem. Permito a aproximação e ao me abrir vês o meu mais profundo e obscuro abismo da consciência. Tenho um turbilhão dos sentimentos mais bonitos nutridos para ti. Nos teus braços, minha preferida morada, ouço-te proferir as mais desejadas palavras confirmando o recíproco. Sou fiel devota aos pés de um altar e é para ti que faço minha oferenda diária. Incrível seria não amar-te, pois em cada labirinto de tua mente vejo um abismo para eu desvendar.



segunda-feira, 23 de julho de 2012

Sina do proletariado

No cativeiro ganhando dinheiro. Conto todos os segundos, minutos para sair do puro tédio, fazendo do café meu combustível. Quero respirar o ar de liberdade lá fora, sair desse bloco de gelo feito de concreto e mármore tão frios. Calor humano inexistente, pessoa entra, pessoa sai, passam e dão os bom dias nem sempre tão educados. Um ser invisível na correria diária de cada um, somos seres invisíveis trabalhando cada um em seu cativeiro. Para comer, consumir, sobreviver muitas vezes e poucas vezes viver. Acordar cedo, cumprir hora para ganhar o pão, ganhar experiência, respeito da mãe, ser útil. Café com pão, ônibus lotado, cheiro de cachorro molhado quando chove, todos juntos, enlatados. Empurrados por uma sociedade que muito consome, pouco respeita, muito destroí. Apenas sair, quero sair e ir pro meu teatro é que meu alimento da alma, tirando-me desse tédio que é o trabalho de abrir porta e atender telefone.

Carnal

O tempo não corre, percorre lento, lentamente passando as horas do dia na tua ausência. Injusto que é o tal do tempo passando tão rápido quando estamos juntos. Adoro nosso riso solto, a respiração e o som da tua voz no pé do meu ouvido. Adoro quando estamos juntos nos momentos mais quentes, dos gemidos saindo sem querer de tal forma que se não entrar mais fundo em você sinto que vou morrer. Adoro seus beijos atrás no pescoço arrepiando até a minha alma, deixando todo o pelo em pé, união de pelos, mistura de cheiros, cabelos e toques. Dando-se prazer, fazendo gemer, o calor que sobe, explode e descontrola-se. Do carnal sabemos bem, entendemos todo nosso descontrole, a forma institiva, brutal, animal que nos conecta. O mais primitivo dos ritos onde pouco a pouco vamos construindo a conexão profunda que nos mantém. Não necessita explicação, as palavras são superficiais, conformo-me apenas com o sentir e sinto. Sinto tudo, estou viciada no sentir, quero sentir de novo tudo novamente dentro de mim.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Vago

O silêncio ecoa, reflete seus vários significados em minha mente cega.

Incerteza do ventre

Encontro-me em um labirinto de consequências por ter sido leviana, irresponsável. Apenas a possibilidade de ser real atordoa-me. É possível, foram tantas as quedas, as faltas cometidas durante a cegueira instintiva e carnal. Atos impensados que pesam apenas para mim, culpa por ter nascido mulher e portar um ventre que habita vida e seios que alimentam. Nada certo, tantas incertezas. Pisando em um terreno instável, areias de praia onde meus pés afundam e afundam. Rogo pelo tempo que corra depressa e mostre a verdade velada e protegida em meu corpo. Se for certo, estarei sozinha. Culpa por ter nascido mulher, sofrida, frágil, pequena de corpo mas grande de espírito. Alma feminina guerreira dai-me força pra seguir nos caminhos mais turvos e escuros das provas de minha existência. Não estou pronta e também não anseio estar. Tenho tantos sonhos por realizar, pernas tão firmes para caminhar. Tempo, passe o tempo voando e revele todo o mistério a passar por dentro de mim que não quer ser revelado.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Querer-te...

Tortuosa é a espera pelos braços teus, pois o tempo já faz-se injusto ao converter os instantes em séculos ao longo de tua ausência. Anseio cada toque, cada suspiro teu. Tuas mãos a desbravar como fiel navegador a cada curva de meu corpo, onde em momentos de fervor, mares brotam subitamente de nossos corpos em brasa. Braços buscam-se, os lábios sedentos encontram-se e o que sucede é puramente instintivo, animal, brutal. Creio não encontrar mais ar nas horas de despedida. Necessito-te ao lado meu, afagando os cabelos, seios, sussurrando ao pé do ouvido: "quero-te agora e cada vez mais". Eu quero-te por completo, por inteiro, quero-te mais e por demais. Da mesma maneira que deixo-te livre como uma leve brisa, pois sei que sempre a sentirei alisando suavemente a minha face quando necessitar. És feito de perdição, mistério e desejo. Quero-te agora mais e mais, quero-te por inteiro. Nesse querer-te tanto já torno-me insana em uma espera sem fim. Necessito de teus braços, onde faço a minha morada e construo os meus momentos mais tranquilos.

Ontem

Fantasmas do passado velam os meus passos. É teu reflexo perseguindo, persistindo e perpetuando em pequenos gestos cotidianos. Estes trazem a tona memórias de algo que não quero recordar. Nos versos de uma canção antes odiada, nos meus sonhos mais secretos e profundos estão a tua face e a possível volta. O sentimento que permanece é apenas o da lembrança de uma pessoa não mais existente, apenas idealizada teimando em ressurgir. És mera divinização onde em mil cenas ensaiadas e decoradas, penso como poderia ter sido, como poderia ter agido, tudo que poderia ser e não foi. O que foi, foi e nunca voltará. Paixão que permaneceu viva como chama, queimou, queimou tanto por dentro que queimou-me e transformou-se em cinzas. Em meus sonhos voltaste dizendo tantas palavras, porém palavras são apenas palavras e dentro de mim valor algum elas possuem. Tudo mudou, os caminhos escolhidos a trilhar foram distintos. Recordo-me da dor pulsante que por tanto tempo permaneceu qual ferida aberta e das lágrimas que percorreram por toda a minha face. Assim abro os olhos como em um despertar, percebendo tudo que cerca-me e como o hoje é promissor, reconfortante. Tudo prolonga-se pelo tempo que deve prolongar-se. És lembrança do ontem que não voltará e no hoje, és apenas mais um desconhecido.

domingo, 15 de julho de 2012

Inércia

Distante, inerte, afastando-se lentamente. Há um vazio dentro de mim, um grande eco existencial que não cala-se, ecoa apenas pela falta de matéria interna. Inexiste, impossibilitado, indisponível, irrelevante. Em uma grande inércia pessoal e um deserto, deserto de tudo e de todos. Meu estômago aperta, revira-se, revolta-se, tenta ganhar um sopro de vida qualquer em um corpo que é apenas uma carcaça. Lágrimas formam-se lentamente, porém dissipam-se pois não há vontade para faze-las percorrer por minha face. Os dias passam, as horas passam e as estações mudam, mas eu continuo a mesma, suspensa em meu próprio mar de dor. Afastando-se, afastando-se, afastando-se e afastando-se. Simplesmente parada como uma rocha em alguma praia qualquer, deixo-me ser levada pelas ondas. Ao meu redor muda tudo, tudo mudou e continua mudando, mas nada dentro de mim chegou a mover-se. Estou estática em um grande deserto da vida.

sábado, 14 de julho de 2012

A arte do bom perdedor

Encontro-me em um trem sem rumo onde vejo a minha vida passando como se fossem as paisagens. Assisto como mera espectadora apenas acompanhando cada detalhe. Imparcial, imóvel, não agindo para mudar qualquer fato, apenas a mercê de uma grande correnteza de fatos que invadem a minha mente. Alguns momentos uma leve melancolia invade-me sorrateiramente, tomando conta de cada parte do meu ser. Sou fadada ao drama e sempre creí-me dona de grandes destinos. Um sentimento de grandiosidade de "vou mudar o mundo", apenas mudar o meu mundo, o que me rodeia, o que me faz respirar e sentir-me cada dia mais ou menos viva. A verdade é que corro, corro muito, corro sempre e nunca sei direito para que direção. Talvez seja para alcançar os meus sonhos ou talvez para fugir dos meus maiores pesadelos. Seja do que for e para onde for, sempre correndo. Corro tanto que nos momentos de pausa sinto-me inútil, como um brinquedo quebrado pegando poeira em um canto do quarto. A verdade é que permitir-se ao erro também é uma qualidade, porque as vezes quando se perde, ganha-se.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Fascínio diário


O belo me atrai, mas o mistério me apaixona. O teu olhar é fonte vitalícia para minha insaciável curiosidade. Inexplicável ou não, sei decifrar quase cada parte de teu corpo, menos os olhos cujo o significado permanecem ocultos. Estes são precípios de mil quedas para eu lançar-me em busca de cessar minha sede pelo extraordinário. O vínculo do antigo despertado, tão profundo, mágico que não existem palavras para sua compreensão. Apenas sinto, sinto com cada parte da minha alma. No teu lado mais negro velado com cuidado tenho minha fascinação, fascinação por cada pedaço teu, coberto de trevas ou de luz. O mundo parte de equílibrios, a parte interna e vital de cada ser luta por equilibrar-se. Dia após dia vejo o sol partir e a lua nascer em seu lugar, mostrando as estrelas antes tão bem escondidas e ofuscadas. Tenho nestas meu total encantamento e o despertar de quão vasto e intocavél é o universo. Somos apenas duas almas caminhando por este amplo mundo ainda tão imperfeito, tentando entender nossa pequena existência em meio da grandiosidade em que estamos envolvidos. No desconhecido habita a busca por conhecimento e o novo sempre serviu como elixir indispensável para o meu viver. Compreendo de uma forma que trascende o meu entendimento tudo que nos cerca, apenas sei com o que possuo dentro de mim o quanto é especial e raro tudo.

Deixe estar

Os corações partidos, as promessas de dias melhores, todas a desilusões e frustrações, deixe queimar. Deixe estar, por mais que joguem-me para baixo,tratem-me mal, deixe estar. Minha mente está um furacão, meu coração em contraponto está tranquilo. Tenho tantos questionamentos, sinto pontadas em meu peito e apertos em meu estômago por algo que não me pertence. Tudo é mais árduo quando aplicado na prática. Minha mente serve de impulsionador, fazendo surgir questões em uma terra onde não existe razão. Vou sempre escolher meu coração, o ato impulsivo, a queda de um penhasco, a adrenalina de cada momento novo. Não sou uma pedra para viver sempre em equilíbrio, inabalável . Encontro na liberdade minha forma de viver à cada dia. Confesso que por alguns momentos machuca a insegurança de pisar em areias movediças, porém quando pareço cair recordo-me da fortaleza que são os meus sentimentos. A liberdade não funciona de outra maneira, segue sempre suas próprias regras, nunca vem sem responsabilidade e muita cabeça. Cabeça aberta principalmente, compreender o outro e compreender-se. Conhecer cada pensamento que leva-me ao falso e cada pensamento que leva-me ao verdadeiro. O tempo é mestre e é o maior conselheiro, deixo ele transcorrer cada linha, cada momento, sempre dizendo-me o que é real.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O presente é uma bênção

Nos prendemos muitas vezes em coisas não vão dar certo, batemos com a cara na parede, tentamos ir contra a maré em ações equivocadas, porém é em momentos que deixamos apenas o "acaso" agir que surgem os momentos mais especiais. Momentos que escorrem pelos dedos, fogem no tempo. Não podemos controlar quanto o tempo passa descompassado nas horas de felicidade, mas nada apaga os sentimentos fortalecidos em cada lembrança linda. Vivo meu melhor momento, um momento de realização em todas as partes de minha vida. Como é belo sentir isto, perceber que tenho o melhor e apenas o melhor ao meu redor. Atraímos o que queremos, nosso pensamento é poder. Mentalizei o bem e apenas o bem, é natural que o bem retorne à mim. Tenho apenas a agradecer por tudo que passo, pois sou mais que feliz, sou uma pessoa realizada. Agradeço pelo teu sorriso, teu abraço, cumplicidade, por ter te encontrado. Agradeço pelas minhas lindas e preciosas amizades que são jóias tão raras e preciosas nos dias atuais. Agradeço por eu ter a força que eu tenho para lutar cada dia pelo que desejo e por cada dia poder sentir a leve brisa acariciando a meu rosto enquanto caminho.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Agora

Na tua ausência clamo por teu nome, teu toque, teu cheiro e tudo aquilo que a ti pertence. Não existem palavras para descrever a intensidade dos meus sentimentos. Estamos conectados por uma energia desconhecida e maravilhosa. Penso que morrerei sem o calor da tua pele na minha, da mesma forma que te quero tão livre quanto o vento. Entendo teus pensamentos mais profundos mesmo na ausência de tuas palavras. Sinto-me em um lugar seguro, novo mas ao mesmo tempo antigo. Sinto-me conectada de uma forma transcedental com qualquer parte de ti. É difícil traduzir tudo que sucede dentro de mim em versos que por vezes não fazem jus a tudo o que eu sinto. A ideia de que tua preciosa boca, meu foco de desejo e adoração, possa vir a buscar outras bocas pareceria em outros tempos uma tortura sem fim. Porém de alguma maneira que foge-me a compreensão, entendo-te plenamente. Não é necessário nos prendermos em qualquer convenção social, somos tão mais além do que isso. Entendo de uma forma inexplicável qualquer desejo, qualquer pensamento teu. Te quero livre como um pássaro voando, pois sei que independente de onde você voe e precise voar para o teu crescimento, você voltará para os meus braços e meus braços sempre buscarão pelos os teus. Impossível de causar qualquer mágoa, porque no fundo sei que pertencemos um ao outro, uma ligação tão intensa que não pode ser rompida por qualquer súbito desejo carnal. Assim voaremos livres cada qual em sua direção, juntos, separados, por vezes com outros, mas sempre conectados pelos sentimentos mais lindos.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Espera


Desejo, simplesmente te desejo. Desejo sentir o toque da tua pele junto da minha. Teu cheiro misturando-se com o meu, formando um perfume que inebria e faz arrepiar até a alma. A vontade de querer a tua pele colada na minha é tanta que já me faz questionar a minha sanidade. A reciprocidade trás uma explosão tão forte de alegria em meu peito... como é possível um ser ter sido feito tão sob medida para mim? Minha felicidade é plena, tão infinita quanto o número de estrelas brilhando esta noite lá no céu. Cada vez que me despeço desse teu olhar sinto um aperto dentro de mim. Minha paz vai junto de ti, sobrando apenas a espera do próximo encontro onde meus lábios sedentos pelos lábios teus matarão a sede em preciosa fonte.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Caos

Minha alma está pesada, meu corpo está pesado, tudo está pesado. Não encontro animo, não encontro sustento e não encontro saída. Tenho no meu silêncio sentimentos estranhos despertados dentro de mim, trevas. Todo um lado negro velado por tanto tempo dispertando. Não quero que me possua, mas vou pouco a pouco cedendo, dando espaço. A linha de ruptura não faz sentido, nada faz sentido. Quero fugir, quero correr. Estou perturbada, nunca fui perturbada. Estou triste, nunca fui triste. Não sou eu, já não sei mais quem sou e nem onde isso teve início. Vou do paraíso ao inferno em milésimos de segundo e o meu silêncio me tortura, me tortura. Quero sair de mim.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Intenso...

Meu pensamento anda escravo do seu querer, hoje despertei novamente com o seu rosto a me acompanhar. Na sala, no quarto, na rua. Tento me destrair mas você me acompanha como uma sombra. O meu coração está apertado e o relógio parece que resolveu transformar os segundos em minutos e os minutos em horas. Estou confusa, com medo, medo de me entregar e bater com a cara na parede como já aconteceu tantas vezes. A verdade é que não existe segurança no passional, temos que nos lançar, nos jogar e se cairmos ao menos foi por tentar e prefiro mil vezes me arrepender do que fiz do que o que não fiz. Não sou uma planta, muito menos uma pedra, sou ser pulsante, vivo, com sentimentos que não posso controlar, que fogem de mim. Vivo intensamente, mesmo que for para sofrer no final. No sofrimento encontro meu crescimento e acho algum alicerce qualquer para grande construção da minha alma. Você é pura energia, pura química misturando-se e causando uma explosão aqui dentro.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Percorrendo, passando, vivendo.

A flor da pele está o meu desejo. Pulso que pulsa e pulsa lá embaixo. Desejo e nada mais. No meio de tanta desilusão e frustração, desejo. Arrepios percorrem todo meu corpo e pulsa, pulsa lá embaixo. Mais baixo do que todos os olhos podem desbravar, mais baixo que o abraço jamais dado tocará.
Tempo, passa o tempo e voa para longe. Melhor vir antes do que nunca o despertar. Te arrancarei um pouco em cada momento que passa. Verdade é que já desconheço o que pensar, deixo o tempo passar. Tempo sobre o tempo, o que é sincero irá se mostrar.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Desejo é perdição...

"Deseo, mire dónde mire, te veo." Em cada vitrine, em casa esquina, em cada carro ou construção te vejo. Te vejo em qualquer estrada sem fim para um caminho desconhecido onde já não sei mais o começo ou o fim. Corremos tanto e tanto nesta vida que devo contentar-me apenas com os meus pensamentos. Pensamento que me conduz, me leva à direções que já não entendo. Um sorriso brota involuntariamente de meus lábios, exteriorizando o que sinto dentro de mim. Sentimento que é fogo ardendo sem queimar em meu peito. É paixão, é volupia. Arde, arde e arde tanto que sinto minhas pernas tremerem já sem permissão e um arrepio a percorrer a minha espinha. O coração aperta, queima, palpita. Essa semana passou como se fossem séculos e eu em uma praia deserta a te esperar. Me pega pela cintura, tira toda a minha inocência e me faz mulher no meio de todo esse pano que já já me arranjo.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Liberdade

Escrevo pois não contenho mais a tormenta que sai de mim. Preciso compartilhar versos nem que seja com o papel. Desconexo, errado seja como foi preciso expandir. São sentimentos, são desejos, é você. É você que transboda de minha alma, de minha mente para voar longe transformar-se em frases singelas e inacabadas. Preciso, necessito, almejo. Não pressiono, deixo livre como o que vento e as folhas que desprendem-se das árvores voando para longe. O que for para voltar volta ao seu tempo. Paciência é a palavra-chave do momento.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Hoje e você.

Sentimentos me conduzindo já sem o meu controle. A partir do momento que isso começa não existe parada, não existe desistência. Foi com uma bala me atravessando, sendo lançanda de poderoso revólver. Minha mente me levando à abismos tão pronfundos e inexplorados. Foi tudo tão de repende que só me leva a crer que seja obra do sobrenatural. Como pode uma noite, apenas uma noite mudar tudo? Transformou o rio cristalino e tranquilo que habita dentro de mim em um turbilhão, desaguou em fértil vale, irrigando todas as esperanças por tantas vezes frustradas. Nessa trilha já não sei o meio nem o final, apenas sei o hoje. E no hoje minha mente clama, implora pelo teu nome. Idealização ou não, mera ilusão ou não. Já me basta de tantos pensamentos, quero você em matéria paupável e real.

domingo, 17 de junho de 2012

Momento

Estranha e engraçada a sensação que tenho em meu estômago antes de teu encontro. Tenho em teus braços e mãos a esperança de um futuro promissor. Em tuas pernas faço minha morada e em teu sorriso encontro conforto. Tanto tempo se passou que já não faço ideia de tudo que passa e deixa de passar neste início do jogo de amar. Apenas dou mais um gole no vinho, acendo mais um cigarro e me apoio em teu ombro. Deixa estar, deixa acontecer. Nos prendemos tantas vezes no será e dúvidas não fazem mais parte. Viverei apenas na minha felicidade, momentânea ou não. Só sei que essa montanha russa de sentimentos me faz bem por demais. É de arrepiar da cabeça aos pés como lábios teus foram feitos certos e sob medida para os lábios meus. Não foge, fica do meu lado sentadinho, deitadinho. Queria congelar esse momento, gravar ele no fundo de meus olhos e o repetir eternamente. Seja do que for feito o futuro, apenas digo que quero você do meu lado só por mais um pouco.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Vermelho

Sonhos dilacerados com as odiosas palmas de tuas fétidas mãos. Por que me arrancas a alegria desta forma, sem piedade alguma? Envenenas a água de precioso rio, de um rio feito de piedade da mais profunda doçura da minha alma. Segui por tortuoso caminho. Maldita por buscar a infelicidade nos lábios de criatura vil. A sina da busca atrevida pelo o perigo, pelo o ingrato. Desejei que as estrelas transformassem-se em um véu que varresse todo e qualquer sentimento de ternura desta terra. Tenho meio peito vasto de amargura, de pura insensatez e desdém. O amor vira fogo que arde, arde no peito, arde tanto que transforma-se em mais lenta e dissimulada vingança. Cicatriz aberta a que tenho, aberta de desejo e ferida por lascívia. Libidinosas noites, nas pernas, lábios, braços e pelos teus. Infeliz de toda a criatura abandonada na sombra do querer. Mar de fel e de desilusão, desaventurado és tu em teu futuro. Vejo um mar banhado de vermelho e da rubi que converte-se teu peito.

terça-feira, 29 de maio de 2012

O amargo sabor do fel

Empurraram-me de um lado para o outro, senti mãos percorrendo por minhas coxas. Quis gritar, mas a voz não saia e os meus lábios não mexiam-se. Qualquer impulso de agir perdeu-se, escapou-se em algum vazio dentro de mim. Nos abismos, trevas e solidão que possuo em meu íntimo, nenhum pode ser comparado ao que senti naquela noite. As estrelas dos céus pareciam esconder-se em nuvens fúnebres, pensei em minha doce fantasia que seria por mim. Nem a chuva que estava aproximando-se da silenciosa cidade pôde me acudir, me socorrer ou ao menos compadecer-se perante a minha dor. As lágrimas percorriam silenciosamente o meu rosto e mesclavam-se com as gotas da chuva, de tal forma que era impossível distinguir-las. Possuía a expressão vazia, tão vazia que não poderiam através do olhar externo saber se meu corpo estava pulsante ou não. Porém minha mente, ah, esta era um turbilhão, era fogo que ardia, ardia em minha alma e queimava qualquer sentimento ainda bom que habitava em meu ser. Vingança. A palavra latejou em minha mente, brotou. Vingança. Senti cada lacuna do meu corpo ser preenchida por uma só vontade, um só desejo, um só impulso e um só sentimento. Não importava a partir daquele momento quantas voltas o relógio teimasse dar, eu iria atrás de cada um daqueles rostos.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Paciência

Eu lá
Tu cá
Café a esfriar
Distância
Silêncio desconfortável
Do toque que eu esperei
das palavras que jamais direi

No beco da ausência
me entendes?
Ou finges qualquer afeto?
Meus olhos já estão cegos
vêem em tudo uma desculpa
Desculpa para o mútuo
Desculpa para o insensato

És profundo
mistério para um desvendar
Nestes olhos tristes
mil enigmas
De ti tenho apenas isto
a longa e tortuosa espera.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Corredor de ilusões



Me cubro de uma máscara, máscara de contentamento e do hoje eu me basto. Já não me basto. Gostaria de fazer meus lábios se perderem no infinitos dos lábios teus. Transformar teu corpo em meu abrigo e te fazer donos dos meus pensamentos mais íntimos.

Máscara da libertinagem, do carnal, do irônico, do ódio por todo sentimento correspondido.

Todo ser humano por mais que negue, se esconda em mil frases veladas, quer amar e ser amado. Nesta ausência de reciprocidade continuo seguindo pelo corredor das ilusões, onde muitos passam e poucos ficam.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Espírito livre


As mãos se cruzaram em mil sinfonias. Singelo, poético, acabados e decadentes. Assim somos eu e você. Meu amor jamais poderia ser assim perfeito, se cá estou eu, tão imperfeita, desajustada. Difícil de me conduzir em qualquer orquestra, que orquestra que nada, na sinfonia que é a vida. Já diria o poeta que a vida é bonita, é bonita e é bonita.

Tão bonita quanto o azul do horizonte a se fundir com o do mar. Que infinito que nós somos, nos criamos e nos mantemos. Na natureza as mil cores continuaram mantendo a ordem na desordem. Quantas luzes, quantas cores.

No ritmo da batida foi-se a tristeza e o sopro de vida. Me perdi na curva e no pensamento que já não acompanha o corpo. Perdido e insensato é o meu coração, perdido na batida e nossa própria sinfonia.

O ontem e o hoje.


Vi meu rosto no espelho e já não me reconheci. Ao contrário de antes, estava feliz, leve. Esses olhos que tanto choraram, tanto desabrocharam em pesar, estes mesmos olhos hoje sorriem.

Solidão que nada, isto é para quem tem mente, alma e coração fracos. Da tristeza nós só levamos a lembrança do ontem, e que hoje é melhor e o tenho dito. Pois já me tiveram com os dois joelhos no chão, implorando por qualquer migalha.

Esses olhos choraram mil lágrimas para se transformar em algum rio que me levasse até você. Elas me levaram para um lugar melhor. Te deixei em alguma avenida chamada saudade. Bom dia estranho.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Meu e teu, nosso


As lágrimas quiseram cair e caíram, lentamente. Fazia algum tempo desde que elas não molhavam e teimavam em percorrer minha face.

As vezes não temos para onde fugir, não temos a quem decorrer. O preço que paga-se é a solidão. Solidão por tantos rostos que já neguei, solidão pelos rostos que já me negaram também. Esperamos o dia que seja mútuo e que o não se torne um sim. Espero que o que seja só meu hoje, possa vir a ser nosso.

Teimo em tentar não sentir nada, mas a pura e crua realidade é que ninguém está imune a droga do amor. A tua indiferença é o que mais dói, porque um não é certo e o silêncio pode significar infinitas possibilidades. Sinto pelo que posso chamar de "meu" e não "nosso".

sábado, 14 de janeiro de 2012

Clichês e mais clichês

Não pense nem por um segundo que me tens na palma de tua mão. Já aprendi em meu pouco tempo de vida que por mais avassalador que seja o sentimento, jamais podemos deixar nossas vidas na mão de outro alguém. As consequências sempre são desastrosas.

Minha maior luta é contra o desapego, desapego de ti, do agora e do querer que o tempo passe mais rápido que o usual. Crio expectativas no vazio e isto nunca resulta em algo fértil.

Como poder controlar os sentimentos? Apesar da pobreza, fome e todos os males do mundo, sempre queremos alguém que acalente nosso coração e nos esquente nas noite em que o frio já se faz insuportável.

Tão clichê é o amor e mais clichê é tentar esquecer a existência do vulgo passional.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Cotidiano


Seguindo a programação normal de mais uma noite solitária, mais um texto melancólico desta alma que aqui se encontra. Talvez cansada por demais das incertezas da vida, de esperar aquilo que tranquilamente posso afirmar que não merece espera nenhuma.

Mesmo assim meu coração ainda espera qualquer sentimento e acende a qualquer momento, por qualquer faísca que ele solta. Um tanto deplorável este sentimento passional que já me enlouquece.

Continuarei nos meus prazeres carnais e no vazio de qualquer afetividade, porque no final das contas, finais felizes estão fora de moda, assim como a minha melancolia.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Contraditória

São tantas as incertezas. É incerto o que há de vir, é incerto o que se há de sentir. Nos vai-vens da vida já me perco nesta saída. Há quem dirá que um dia virá, virá o certo, o imutável. Estou na busca incansável, cavando a terra de dia mais prósperos. Sintomas da leve nostalgia. Nostalgia pelo velho e já alegria pelo novo. Quão contraditório é esse sentimento? Sentimentos são contraditórios.

Buscamos saídas, buscamos problemas. Já largo disso. Felicidade há de vir por nós mesmos e por mais ninguém. Isto não seria felicidade, seria se apoiar em ombros alheios e em meias palavras, meia pessoas e meias emoções. O incompleto não me satisfaz. Sempre busquei o que me tornasse inteira, completa, cheia de vida.

Se estou feliz? Sim. Se estou completa? Não. Não soa isso um tanto contraditório? Outro segredo então, sou contraditória e no meio de tanta contradição acho minhas verdades e porque não dizer que acho minhas certezas.

Silêncio.

Os silêncios
que danos eles me fazem
Destroem
Destroem todo o pensamento
E os mil castelos que ergui
em mundo de sonhos,
fantasia
Fantasia do teu toque
de tua reciprocidade

A chama logo vira fumaça
A brasa vira pó
Tudo que o fogo do desejo consome,
consumiu

E teu maldito silêncio
que absolutamente nada me diz
nem nas entrelinhas
Já nem sei mais se me aninhas

Desta forma
toda a avessas
Me perco
Me perco no vazio de tua ausência
e no silêncio...
Silêncio daquilo que jamais foi ou será dito

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Desejo


Amanhã, quão distante esta palavra soa do agora. E do agora que me satisfaço, do agora e de você.

Meus sentimentos já transbordam de minha alma. Anseio teu toque, a leve carícias de tuas mãos explorando o meu pudor e se lançando em minhas curvas. Navegue em águas desconhecidas, pois nelas que habitam o desejo. Faça da minha boca o teu mais desejado recanto.

Desejo pelo teu contato, pela tua malícia e até pelo teu ódio. Te desejo profundamente e intensamente. Tanto que o ar se desvai dos meus pulmões. Tira meu fôlego e enfia estaca de querer em meu peito.