segunda-feira, 23 de julho de 2012

Sina do proletariado

No cativeiro ganhando dinheiro. Conto todos os segundos, minutos para sair do puro tédio, fazendo do café meu combustível. Quero respirar o ar de liberdade lá fora, sair desse bloco de gelo feito de concreto e mármore tão frios. Calor humano inexistente, pessoa entra, pessoa sai, passam e dão os bom dias nem sempre tão educados. Um ser invisível na correria diária de cada um, somos seres invisíveis trabalhando cada um em seu cativeiro. Para comer, consumir, sobreviver muitas vezes e poucas vezes viver. Acordar cedo, cumprir hora para ganhar o pão, ganhar experiência, respeito da mãe, ser útil. Café com pão, ônibus lotado, cheiro de cachorro molhado quando chove, todos juntos, enlatados. Empurrados por uma sociedade que muito consome, pouco respeita, muito destroí. Apenas sair, quero sair e ir pro meu teatro é que meu alimento da alma, tirando-me desse tédio que é o trabalho de abrir porta e atender telefone.

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