domingo, 15 de julho de 2012

Inércia

Distante, inerte, afastando-se lentamente. Há um vazio dentro de mim, um grande eco existencial que não cala-se, ecoa apenas pela falta de matéria interna. Inexiste, impossibilitado, indisponível, irrelevante. Em uma grande inércia pessoal e um deserto, deserto de tudo e de todos. Meu estômago aperta, revira-se, revolta-se, tenta ganhar um sopro de vida qualquer em um corpo que é apenas uma carcaça. Lágrimas formam-se lentamente, porém dissipam-se pois não há vontade para faze-las percorrer por minha face. Os dias passam, as horas passam e as estações mudam, mas eu continuo a mesma, suspensa em meu próprio mar de dor. Afastando-se, afastando-se, afastando-se e afastando-se. Simplesmente parada como uma rocha em alguma praia qualquer, deixo-me ser levada pelas ondas. Ao meu redor muda tudo, tudo mudou e continua mudando, mas nada dentro de mim chegou a mover-se. Estou estática em um grande deserto da vida.

Um comentário:

Fernanda disse...

Sozinha como um grão de areia.