terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Confissão



A pura e sincera verdade é que por mais que eu tente esconder e evitar, estou irrevogavelmente apaixonada. Apaixonada pelo teu sorriso, pelo teu jeito. De certa forma apaixonada por uma ideia, uma fantasia.

Sonho com a lua a nos banhar enquanto me deleito e descubro o teu mistério, me sirvo de tuas coxas, pele. Viajo pelo paraíso do teu olhar e faço do teus braços a minha morada.

Penso em viajar na tua mente, te fazer escravo do meu querer. Te quero até a última fibra do meu ser. Quero tua loucura, tua fantasia, teus sonhos mais bem escondidos e velados.

Perturbador da minha paz, do meu sossego. Desmoronaste minha fortaleza de pedras, chegando qual meteoro em minha vida. Esse sentimento não deveria me pertencer agora, nesta esquina da vida em que me encontro. Aqui estou eu, bailando na curva mais uma vez.

domingo, 25 de dezembro de 2011

De qual for


Meu peito queima
Sinto este sentimento
consumir-me por inteira
Me lancei no precipício que é o teu olhar
Por que ainda foges?

Hoje parecias tão distantes,
meu amor
Em que abismo escuro te encontras?
Fugiste de mim
Fique no vão do meu silêncio
no vazio do que não foi dito
no meio de frases entrecortadas

Indiferença
Este é o meu pior castigo

Se não tenho mais tuas mãos para me consolar,
secar minhas lágrimas
Então já não te tenho
Já não me tenho
Me perdi no precipício
precipício da ausência

Silêncio

Ainda consigo ouvir levemente
as batidas do meu coração pulsante
Podes ouvir?
Ele rasteja
Bate no compasso sem ritmo
Sem melodia

Já não sei se sou ou se estou
Por que não me deixas ser?
Ser tua, ser de qual for, seja o que for

Seja o que for, não vá.

Pontuação

Tenho um problema com pontuação, em minha vida faltam os pontos finais. São sempre parenteses, reticências e vírgulas. Sempre sobram mil assuntos inacabados. Existem aqueles que não deram um sopro do mundo dos sonhos para a realidade, mas tanto pesar causam que seria melhor se fossem sepultados desde já.

Verdades que não são ditas e versos que não são escritos ecoam na parede da memória. Vivo de muito talvez e porém, esperando de onde nada mais deveria esperar, tornando-me mais fria lentamente.

Talvez deveria apenas esperar a passagem do tempo e que ela resolva o quem sabe nunca terá um ponto final.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Descontrolado, descompassado e desalmado.



Isto está saindo do controle. Descontrolavelmente agradável e desagradável, porque esse querer e não querer já me tortura por demais.

Hoje vi teu rosto em todas a vitrines. Vi tantas faces, mas nenhum era a do meu desejo, a tua. Se foges logo te busco. Me diga por favor, neste mistério que é o teu olhar, se o que sinto é recíproco.

Meu príncipe das trevas, meu anjo negro, não me deixes mais no vazio que é a tua ausência. Não me deixes mais no vazio desta dúvida.

Descompassado já segue meu peito. Não veis que assim a tortura já se faz insuportável? Teus olhos são de perdição, mil precipícios para eu me lançar. Preciso voltar enquanto é tempo, mas por que minhas pernas teimam em ficar? Tão desalmado é o coração, teimando em pulsar por quem apenas dá pesar.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Tempo, sempre o tempo.


Sempre me encontro em um misto de realidades, nesta linha tênue entro o imaginário e o palpável. Talvez deveria me contentar e esperar que o ponteiro do relógio acabe de planejar meu fim. Teimo em lutar contra o tempo. Apressar o que não se deve ter pressa. A calma é a virtude de poucos. Respira fundo. O que é teu, guardado encontra-se.

Aquele determinado momento em que toda sua vida está diante de ti. O passado se encontra com o presente. E eu me encontro nesta encruzilhada. Não existe ganhar ou perder, é matar ou morrer. Tropeçando nos meus próprios passos, tentando vencer o destino.

Nós somos quem somos, perfeitos na nossa própria desarmonia. Achamos no imperfeito a nossa perfeição. Deixe que o tempo fale pelo que nós não temos palavras para explicar.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Primeiro Ato

Teatralizado
Encenado
Entrem todos
Eis aqui começa o espetáculo

A audiência ruge
Rugido de leões
Neste jogo é matar ou perder
Jogo de poderes

Uma fala é dita
Entrecortada
Murmurada
Penetra como lança

Palavras, palavras e palavras

Vai ao solo quem perde
Perde a esperança
Perde a confiança
O vitorioso despede-se

Fecham-se as cortinas.

Dança do eu sozinho

Amei-te por um dia
Quiçá dois
Entretanto me queimei
como o carvão queima
e vira brasa
Lancei vôo sem estar certa dele
Voei onde jamais deveria voar
A queda era eminente,
Quis dizer não
Mas as asas pareceram funcionar mesmo assim
A queda era e foi eminente
No chão me encontro
e por um tempo aqui permanecerei.

sábado, 19 de novembro de 2011

Interrogação

Não são as pessoas apaixonantes?
A inconstância
indecisão
contradição
paixão
Todos os ão que ecoam do coração

(des)ilução
(des)simulação

No vão da alma
quem dirá que tudo que é sentido
faz sentido?

(sus)penso

Respiro fundo
Sinto o sol na minha pele
Sinto o vento passar e sussurar
Consegues ouvir?
Consegues sentir?
Isso se chama liberdade

Liberdade
confunde-se com felicidade
plena
Sol, sol
Misto de sensações

É impossível ser feliz sozinho?
Não estou só
Estou só


Não
estou livre
Livre como um pássaro
Pronta para voar
Voa, voa, voa

Retorna ao teu lugar.

Você

Distância
Contato não tão existente quanto o desejado
Distância
O querer beijar
Não posso
Não devo
Quero, quero
Realidade dos sonhos
(im)possível
Querer é poder
mas a custo de que?
indireto
segredo
desejo
platônico

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Bem leve, leve

Faço versos como quem chora
Pois quem chora transborda
Lança do peito aquilo que lhe vem da alma
Sentimento sincero
verdadeiro
inventado
Quem é que te entende?
Quem é que se entende?
Deste mundo só sei que me levo
e a vida, ela que me leve
Bem leve, leve, revele
Revele que o tic-tac do relógio
não corresponde com a realidade
Que o infinito se perde
na imensidão interna
De minha própria incógnita
eu que sei
e já sei que nem saber mais sei

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Meu tudo e meu nada.

Me peguei pensando em ti hoje,
de novo
Tão perto e tão
longe
Íncrivel que em tanta intimidade me faltam palavras
para te contar acontece aqui dentro do peito
Não conto pois é errado
Mas o que é errado?
Será errado pensar que é recíproco?
Já que teu coração a outra pertence
Esse sentimento cega-me os olhos
Turva-me a visão, ofusca o raciocínio
Te busco e já não te acho
Só tenho a lembrança de um abraço
tão breve
Não significou nada
significou tudo
Sentimento só meu...
só meu
meu.

Somos o que somos

Devo sonhar em demasia, pois de quando em quando confundo o real
com os dos sonhos
Crio enredos dignos de Machado de Assis
em romances que não irão passar de um sopro na realidade

Quem sabe seja a sina dos romântico incuráveis
dos românticos hipócritas
que sempre fogem do mundo palpável
sempre respiram o leve ar da liberdade
e logo da liberdade reclamam
e logo a solidão já se faz grande no peito

Valia mais não ser tão contraditória
Valia mais ser menos dramática
Mas como reclamar do me faz quem sou?

Clichê

Aquilo que mal faz
cortado pela raíz deveria ser
Porém tão atrativo ele é
Eis que habita o perigo
No desconhecido
desconhecido perigoso
Eterno romance do ser humano
dor, sofrimento e amores não resolvidos
Vulgo triângulo passional

Duo

Quiçá o vulgo imperfeito, seja aquilo que mais me agrada
Aquilo que almeja voar e desajeitadamente cai
De que me adianta os suspiros, poemas de saudade
Se aquele vazio lança-se no peito, aperta o coração
com a força de espada cravada

Quiçá também a doce melancolia que me persegue
seja minha benção e minha perdição
eis aqui a dualidade do universo
o equílibrio no desequílibrio da vida.

domingo, 18 de setembro de 2011

Devaneios

As vezes queria viver como índio de antigamente, sem esses fantasmas da modernidade.

Plantar,
colher,
respeitar a natureza,
tratar o ser humano e todos os seres que no mundo habitam como irmãos.

Viver em equilíbrio principalmente.
Ser livre para correr entre as árvores, no meio de tanto verde que a gente nem sabe onde termina uma árvore e começa outra.
Se comunicar com meus ancestrais e com o deus sol.
Deixar que toda a energia positiva da natureza irradie sobre mim.

É, queria ser índio e não me preocupar mais com tolices.
Queria ser índio e saber o que realmente importa na vida.

A vida é uma dádiva, um livro em aberto, um ensinamento. Ser feliz não é um luxo, é uma prioridade que todos nós podemos alcançar.

sábado, 17 de setembro de 2011

Alcançar

Vazio para quem quer vazio, cada um tem o que almeja
Se queres que tua vida seja pó e sombra assim ela será
Tu fazes teus próprio anjos
Tu fazes teus próprios demônios
Vá busques o que queres
Não tenhas medo de voar alto
Não tenhas medo de fracassar como um jovem pássaro
Digno é aquele que fracassa pois teve coragem para tentar

(pre) sentir

E quem é que pressente?
Quem é que ressente?
E principalmente
Quem é que entende?

Inebriada em vis frases
Inebriada no sopro profundo
Perdida no vão do teu colo
Perdida no meio da tua coxa

Vazio

(in) constante

Incerteza

Cuidar de mim ou lutar para ti?
Ou lutar por ti?
No escuro beco da consciência
Questionamentos

Para que alterar o curso do mar
Se ele por si só já funciona sozinho?
Quem dirá que ele não é perfeito
Até no dia da mais turva tempestade?
No seu próprio turbilhão
Ele encontra a perfeição e o equilíbrio.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Dor

A dor se faz mais profunda
Meu pé dói, minha cabeça dói, dói o coração e dói até a alma
Te anseio nos meus dias quiçá mais que outrora
E isso me causa uma dor imensa
Ela começa pequena, inofensiva
E vai aumentando até tomar conta por completo do meu ser
Me consome, vai me matando lentamente.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Vazio

Sinto vontade de arrancar meu coração, fugir de tudo e de todos. Ficar escondidinha no meio de uma caixa. Não te ter ao meu lado é como não ter ar, pedir para que eu viva em um deserto sem água.
Amo um fantasma, alguém que ficou apenas nas memórias e isso ninguém me arranca.
Você não é um amigo, você não é nada e ao mesmo tempo é meu tudo.
O que eu amo é idealizado, inexistente, vazio. Fugiu nas minhas mãos e foi parar em um lugar que simplesmente não acho mais. Disperdiçando meu amor por nada, priorizando uma liberdade inventada.
Ambos sabemos que no fundo sozinhos estamos melhores. Mas é inaceitável que não possas enxergar como é raro o que temos aqui. Meu bem você me disse que erámos diferentes, hoje vejo que somos iguais a todos.
Tem algo podre ai dentro, um lado que eu desconhecia. Me apego a uma lembrança, a um fantasma.
Meu amor, meu querido, ele se atirou em um poço escuro e não irá mais voltar.
Seu eu que eu amava não existe mais.
Volte para o abismo que você me atirou e me deixou aqui sozinha.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Pessoal

Somos uma imensidão dentro de nós mesmo
Cada um tem seu infinito particular
Creio que é o que torna as pessoas tão maravilhosas
Cada um com o seu universo
Um mistério a desvendar

sábado, 1 de janeiro de 2011

(in)certeza

Acho que me apego demais aos pequenos momentos
Acho que espero demais das pessoas
Talvez eu espere muito de mim
Talvez fui incerta por muito tempo
Agora dou a certeza no tempo errado
A resposta que recebo não é a esperada
Está na hora de parar de achar e seguir
Cansei de achar
Agora sou apenas uma carcaça seguindo a multidão