sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Teu julgamento pesou, machucou fundo no peito. Dei sempre o melhor e apenas o melhor para ti. Não sou inocente, possuo noção de meus atos, porém quebrei e cai de joelhos como uma menina. Não sou tão forte, não posso ser tão forte. Pior peso são o das palavras de quem amamos, pior julgamento é este. Sou jovem e talvez meu erro seja este, pois tenho sede de viver. Te amo profundamente, prossigo amando por mais que as palavras ecoem em minha mente causando danos. Não posso ser apenas julgada por meus atos falhos, não há justiça nisso. Não mereci julgamento tão duro, pois no que condiz a ti fui sempre a melhor. O amor é o maior e mais poderoso sentimento do universo, capaz de mudar e sarar os piores males. Me compreenda, me conheça como sou. Nunca fui perfeita, mas sempre tentei fazer o teu mundo perfeito ao meu lado. Nunca te julguei por mais que encontre vários atos falhos em teu passado com os quais eu não concorde. Compreenda a minha dor e compreenda o peso de tuas palavras. Revelei meus maiores segredos velados em meu coração a sete chaves, meus traumas, medos e frustações. Confie em mim, não há motivo para tanta desconfiança, em nenhum momento deixei de ser sincera. Te compreendi tantas vezes, nunca te julguei. Não me orgulho de tudo que fiz, porém foi por cometer erros que sou quem sou. Prosseguirei de cabeça erguida, pois sou digna, sou digna principalmente de ser amada.

Quem sou?

Chorei no chão do banheiro, batendo a cabeça contra a parede e bailando toda a desilusão. Envergonhada, pequena e tão longe de mim. Se despedaçou lentamente meu coração, partindo de meu peito em forma de lágrimas irresolutas. Lágrimas de culpa por de um passado não tão remoto que não pretendo esquecer, apenas entender-lo para me entender. Vi o paraíso desmoronar diante de meus olhos e do céu para o inferno foram apenas alguns segundos. Desejei com todas as minhas forças que ao leve piscar de olhos acordaria em alguma realidade alternativa. Palavras afiadas como punhal, golpearam meu peito, entraram e sairam, me matando lentamente. De te querer tanto me acabo, me desmancho e não me acho. Me perdi em teus beijos, me perdi e ainda não me encontrei.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Um

Continuo a me perder, continuo a me buscar. Me perco no meu sentir, no meu vício e na minha eterna gana de tua pele colada na minha como se fossem únicas. Pele junto aos pelos, cabelos, formando uma fragrância de cheiros singulares, nossos. Nossos apenas e de mais ninguém. Nossos sabores e cores destilados em um aroma particular. Cada um com suas singelas particularidades, perseguindo incansavelmente um ao outro. Criando uma sinfonia, uma partitura com o corpo e mãos, pouco a pouco seguindo um ritmo uníssono. Correntes elétricas transmitidas por lábios, arrepiando até a alma e explodindo em desejo. Desejo tomando conta de minhas extremidades, convulsionando, brotando tão instintivamente pelo resto de meu corpo. Te entrego minha cintura para que te unas a mim, convertendo até o gelo em fogo.

Uma noite



Minha mente e vista estavam turvas, talvez pelo turbilhão de sentimentos a correr pelo meu peito ou talvez pelo álcool misturado a volúpia. Deitei no colchão onde nos buscávamos cada vez mais, sedentos por se unir novamente e tentar extrair um pouco dos mistérios que habitam dentro de cada um de nós. Busquei teus braços por mais uma vez, me perdi em pelos, em olhares, na tua língua e orei para nunca mais achar o caminho de volta. Fiz uma pequena prece para sempre permanecer ali. Jurei que faria o bem e seria apenas o bem para ti. Expressei em palavras, palavras tão verdadeiras no pensamento e no coração que brotaram de meus lábios clara e seguramente: te amo.